Mãe versão 2.0
Fui uma mãe insegura. Sempre me admirei com aquelas mulheres que umas horas depois do parto sabiam o que fazer com os bebés, sem ter medo da sua fragilidade. Quer no primeiro, quer no segundo filho, fui aprendendo passo a passo, seguindo a minha intuição, fazendo umas coisas melhores outras piores. Fui encontrando a minha - nossa - maneira de nos entendermos e de crescermos. Até porque com cada um deles a história escreveu-se de forma diferente.
Sou a chata que quer tirar fotos com a fantasia de Carnaval, da primeira saída à noite com os amigos e aos mergulhos na piscina nas férias. Que faz conversa com os amigos tentando ter a idade deles e que por vezes os envergonha.
Invejo as mães de espírito livre, que seguem os manuais da parentalidade positiva e que optaram pela alimentação biológica, sem açúcar refinado. As mães que são gurus na meditação e estão sempre em estado zen. As mães com filhos sempre impecavelmente vestidos e penteados, a ter experiências inacreditáveis, nos locais da moda e de férias em sítios paradisíacos. As mães que têm tudo planeado até ao ínfimo pormenor - e se esforçam por cumprir esse plano -, que têm sempre uma resposta para qualquer situação da vida dos filhos e que eles a aceitam sem contestar.
Sou uma mãe diferente daquela que era quando os meus filhos nasceram. Uma versão melhorada, digo eu. Em permanente processo de atualização. Ainda insegura, com dúvidas, a tentar fazer o certo e por vezes errando. Continuando a aprender todos os dias, com eles, a ser uma mãe que apenas quer que sejam felizes e realizados.
Não sei andar de bicicleta 🚲
[foto Marco Ceschi, Unsplash]
Comentários
Enviar um comentário