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Há quanto tempo não tenho um sonho meu?

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Ultimamente tenho feito esta pergunta a mim mesma: 'qual é o meu sonho?'. Não o sonho que me faz dormir mais serena e que, quando acordo, me deixa um gosto bom, uma energia renovada e esperança no novo dia. Nem o sonhar acordada, que me leva para outra realidade, ainda que por escassos instantes. E também não o sonho de criança, de sonhar quem vou ser quando for grande, destemido e cheio de coragem, coberto de ingenuidade. Ou o sonho de juventude, de querer abraçar tudo, viver intensamente, beber da novidade, de conhecer mais e mais, de sorriso aberto e alegria desmesurada. Leva-me muitas vezes a questionar se há uma idade certa para sonhar. Ou para deixar de sonhar. Se a esperança, a coragem e a intensidade - e um pouco de ingenuidade - de que o sonho precisa se vai perdendo com o passar dos anos. Vejo os sonhos dos outros. Quando os sonham e quando se tornam realidade. Sou a que se entusiasma, escuta, ajuda, colabora e apoia. E fico verdadeiramente feliz por eles. Adoro ver o

Mais razões para sorrir

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Chegámos ao último dia do ano. E que nome poderíamos dar a 2020? Como o cognome de um Rei, uma palavra ou frase que o resuma. Como li algures, 2020 foi um ano ao contrário. Um ano em que nada do que tinha sido previsto aconteceu. Em que foi preciso repensar, reequacionar, reformular, reinventar. Um ano que obrigou a desistir dos sonhos, a colocar em pausa os desejos que tanto ambicionamos. Muitos dirão que 2020 foi um ano para esquecer. Pelo que perdemos. Pelo que nos foi tirado. Pessoas, afetos, a liberdade, estar presente. E tudo o que é material, o trabalho de uma vida, o resultado da precaridade em que tantos sobrevivem. Foi um ano duro, duríssimo. Um ano para o qual ninguém estava preparado. Da dor da ausência. 2020 também foi o ano do confinamento, de ficar em casa por obrigação - e proteção. E da coragem dos que tiveram que deixar esse "lugar seguro" onde estão os seus, para cuidar dos outros. Um ano de pânico, de estar alerta, da incerteza, de abrandar, de fragilidade

Felicidade com distância de segurança

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Nunca a frase "dar valor ao que não temos" fez tanto sentido.  O que sempre fez parte da nossa vida, como a liberdade de ir a todo o lado, o poder de escolher como e com quem queremos estar, como nos relacionamos e expressamos o nosso afeto, deixou agora de ser de "livre acesso". Gestos, atos e momentos que sempre pareceram como inalteráveis, são agora condicionados e vetados, dando a sensação de viver aprisionado.  Esta nova realidade mexe com cada um de nós. Presos na nossa mais íntima vontade, no que era um hábito, uma rotina, uma aspiração. Limitados no toque, no sentir na pele, nas sensações que outrora eram calor, afeto e conforto. Viver o presente nunca foi tão importante. Encontrar forma de saborear este novo tempo, recusando a frustração de não poder viver na plenitude da liberdade. Engolindo a tristeza da recordação do tempo em "que tudo podíamos", mas que desconhecíamos a felicidade de tantas pequenas coisas. Dar valor ao que podemos fazer, enco

As marcas do tempo

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Vou continuando a receber notificações da minha agenda. Avisos de acontecimentos da minha vida que quero recordar e dos diferentes eventos que planeei no princípio deste ano, que tanto prometia! Locais para onde queria viajar, onde queria fotografar, eventos onde queria estar presente, jantares com amigos, planos com os miúdos, encontros para ultimar os pormenores de novos projetos, e outros tantos quadradinhos coloridos no meu calendário.  Talvez seja esta a forma de me trazer a normalidade aos dias que vão passando. Que me relembre o que a vida tinha programado para mim, e que apenas preciso de remarcar estes momentos ou encontrar uma nova data para os celebrar. Talvez seja esta a maneira de voltar a superfície, depois de muitos dias enrolada no turbilhão das prioridades. Não as minhas, que essas por força maior acabaram por ficar no fim da lista. Para quem até nem gosta de rotina, nos últimos meses reagendar, recalcular, repensar e reagir têm sido ações permanentes. Talvez seja esta

Quando levamos o arco-íris aos outros 🌈

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Se encontras uma oportunidade para fazer outra pessoa feliz, tens de a aproveitar. E, se essa oportunidade junta o teu gosto pela fotografia, então também tu vais ficar mais feliz. Demorei uns minutos a decidir. 'Isto não é para mim, é para profissionais'. 'Mas se for entre amigos chegados posso fazer algo de bom e que os deixe mais alegres'. 'Com todo o cuidado e medidas de segurança, tenho aqui a minha oportunidade de voltar a fotografar e que tenho tanta vontade'. 'De certeza que terei o apoio dos de sempre'. Demorou apenas uns minutos para ter doze amigos a dizerem que sim ao meu desafio de #retratosàporta , para o Dia da Mãe. Foi maravilhoso! Revermos-nos, mesmo que à distância de um olhar e através da lente. Sorrisos e os melhores abraços, registados para a posteridade. Um momento único que conseguimos cristalizar no tempo, para um dia mostrar aos filhos e aos netos. Lágrimas de felicidade pela normalidade desta breve ocasião, que vamo

Arritmia do Coração de Mãe ❤️

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O coração é um órgão vital no nosso organismo. É ele que bombeia o sangue que percorre o nosso corpo da cabeça aos pés, levando oxigénio e nutrientes que nos mantêm vivos e saudáveis. É ele que vai mudando a velocidade dos batimentos, seguindo o nosso estado de espírito e regulado pela atividade física que praticamos. É também o coração que está ligado às nossas emoções, do amor ao medo, da serenidade à angústia, da felicidade à tristeza – com uma escala de intensidade que fortalece a sua elasticidade. O bater do coração é um dos primeiros sinais de vida. Para mim, é o big bang que inicia o ‘ser mãe’. Na primeira ecografia, ouvir o bater do coração de um novo ser, ainda dentro de nós, como se fosse um solo de bateria num concerto ao vivo, é um momento único. Acredito também que a partir desse momento o coração de mãe começa a bater de outra forma. Não deve ter explicação científica, mas vejo-o como se o coração adicionasse ao seu duplo batimento um ritmo diferente, mas que

Faltam-me as palavras

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Por estes dias, as palavras ficam-me na alma. Toda a dor que sinto pelo momento que vivemos, paralisam a articulação do pensamento. Parecem pequenos sonhos, que recordo depois de um sono interrompido Faltam-me as palavras para descrever o que sinto. O que vejo acontecer todos os dias. A ausência da liberdade e a resiliência. O medo da incerteza sempre presente e que não nos deixa antever o amanhã. O perigo deste vírus invisível, em doses elevadas de intensidade e velocidade de propagação sem igual. A coragem de tantos, a esperança que todos alimentamos e o final feliz que todos desejamos. Guardo para mim a volatilidade das opiniões, das tomadas de posição, pelos comentários mais ou menos inflamados. Avanço com a minha perspectiva de vida positiva, de ver sempre o melhor das situações. Jogo com a serenidade, a ponderação. Resisto a por os óculos da escuridão e de entregar a vontade ao destino. O que vejo, ouço e leio parecem marés-vivas, com ondas incontroláveis e descompassad