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A mostrar mensagens de março, 2019

Viajar com adolescentes ✈ Destino Londres

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Londres foi o nosso primeiro destino de viagem a três - mãe e dois filhos adolescentes (na altura com 14 e 11 anos). Faz por estes dias quatro anos e foi, sem dúvida, uma viagem muito especial. Para os miúdos tudo era novidade e, para mim, um regresso a uma cidade que já tinha visitado há algum tempo [a primeira vez com nove anos e onde regressei várias vezes, em trabalho] e que adoro. Num altura em que estou a preparar uma nova visita a Londres - uma girls trip para ir ver um musical a pedido da miúda - é altura de recordar estes quase quatro dias intensos na capital da Inglaterra. Em seguida fica o roteiro desta viagem e algumas dicas (sempre úteis) para melhor preparar e usufruir deste destino. Dia 1 Este dia foi essencialmente dedicado à viagem: avião, comboio e metro até chegar ao hotel. O avião da TAP  saiu de Lisboa ao final da manhã e, assim que aterrou no Aeroporto de Gatwick ,   apanhamos o comboio que nos levaria a Londres. Comprei os bilhetes de comboio antecipa

O que o meu pai me ensina

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O meu pai ensina-me a pôr a família em primeiro lugar. Sempre. Saber que os nossos são os mais importantes, que estarão lá sempre para nós - mesmo que não compreendam as razões - e que serão sempre o nosso porto de abrigo. E o quanto é importante (e bom) estarmos juntos. Mostra-me que é importante criar raízes, regá-las e cuidar delas; mas também que é preciso saber libertar as amarras, deixar voar (e às vezes cair - e estar lá para amparar a queda e ajudar a levantar). No seu coração de pai (e avô) cabe sempre mais um, para quem abre o seu abraço e convida a ficar. Ensina-me que a infância deixa memórias felizes para sempre e que as ausências devem ser compensadas com dias cheios de amor, atenção e dedicação. Ensina-me a respeitar os mais velhos, a atender à sua sabedoria de anos de vida, a ouvir os seus conselhos. Mostra-me que ponderar e esperar podem ser virtudes excepcionais. Ensina-me a ser comprometida com a minha profissão, com dedicação e empenho para atingir os meus

Palavras com sentido universal

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As vezes gostava de inventar palavras. Não por achar que não exista já uma palavra que sirva para o que quero dizer ou que estou a sentir, mas para criar uma palavra que seja exatamente o que quero dizer. Inventar um dialeto, como aqueles das tribos indígenas num país distante, mas que seja universal. Um vocabulário especial e único que reúna um sem número de termos e expressões. Criar palavras sem limites, sem as conveções e as regras da própria língua e que por isso mesmo seja uma nova língua, que todos entendem. Palavras fora do comum, mas que pela sua sonoridade ou sentido sejam entendidas e sentidas de forma igual nos vários pontos do mundo. Palavras que brinquem com o som, que sejam diferentes de todas as outras - no formato ou conjugação das letras -, que encerrem em si mesmas um estado de espírito, um sentimento, uma característica ou uma ideia. Palavras que parece que não fazem sentido à primeira leitura, mas que guardam bem o seu significado. Palavras que se bastem a ela

Os sapatos dos outros [e os meus]

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Ganhei o hábito, há algum tempo, de ver a minha vida relativizando-a perante a realidade dos outros. Não como forma de comparação, inveja ou crítica, mas acima de tudo para perceber que, por vezes, a energia negativa que atribuo ao que me acontece é desnecessária, quando à minha volta há realidades muito mais graves e complicadas. Mudo a perspectiva, colocando-me no lugar do outro, que é como quem diz 'calçar os sapatos do outro'. E descubro que há 'sapatos gastos', muito usados mas estimados pelos seus proprietários, pois muitas vezes são os únicos que os protegem do frio e da chuva. E 'sapatos ergonómicos', feitos para permitir caminhar com conforto, a quem a saúde tirou essa possibilidade. Vejo 'sapatos que não são do meu tamanho', e por isso não me pertencem, mas que posso admirar e desejar que sirvam o propósito a quem calce aquele número. E 'sapatos que não se adequam à minha vida', cujo modelo não me deixe confortável ou me magoe, e

Uma geração de sorte 🍀

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Que sorte tens, miúda. Por teres nascido e viveres nos dias onde podes ser o que quiseres, vestir o que quiseres, ler o que quiseres, ir onde até onde quiseres. Em que vais poder estudar numa universidade, trabalhar e receber um salário, votar e ter um cargo político, comprar a tua casa, usar contraceptivos e ter a opção de abortar, se assim o desejares. Nem sempre foi assim para as mulheres. Lembro-me da minha avó materna me contar que para ir a Espanha tinha de pedir autorização por escrito ao meu avô, mas que valia a pena pois poderia desfrutar a sua Coca-Cola numa esplanada ao sol de Badajoz. Hoje parece só uma história divertida [e ela contava-a assim mesmo, com um sorriso de conquista], mas ilustra como era ser mulher há cerca de cem anos atrás. Um centenário em que tantos direitos as mulheres adquiriram. E, apesar de ser um passado recente, é hoje em dia inimaginável que não pudesses pensar pela tua cabeça, tomar as tuas decisões e concretizares os teus sonhos sem depender

A música é dar voz a quem precisa de ser escutado

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Talvez tenha passado um pouco despercebida - não tem o glamour dos Óscares e por isso a repercussão nos media é menor -, mas a cerimónia dos Grammys tem sido nos últimos anos uma verdadeira surpresa, não apenas pelo espetáculo em si - com os grandes nomes do universo musical - mas seguramente pela afirmação social e política que os eventos de entretenimento têm atualmente. Este ano não foi exceção. Na minha opinião, o momento alto foi o discurso de abertura, liderado pela Alicia Keys, que convidou para estarem ao seu lado Lady Gaga, Jennifer Lopez, Jada Pinkett Smith e Michelle Obama. Um discurso de empoderamento das mulheres e de como a música fez parte desse caminho. Um discurso de afirmação, de conquista, de determinação, de crescimento, de passado e de futuro. Um discurso de como a música é a voz - e muitas vezes a única - de quem tem alguma coisa a dizer. Tenho uma admiração enorme por quem cria, produz, executa e nos faz chegar uma música. Quem põe tudo de si na melodi

E assim se passou um ano

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Um ano. Doze meses. O que começou quase como uma 'terapia' diária, um resgatar de uma vontade antiga, e que passou a ser essencial para me conhecer melhor, sentir mais e ir registando um pouco das minhas vivências. Continua a não ter o propósito de mostrar o que faço, onde vou, mas sim de revelar o que é importante para mim no momento. E sim, é um blog em que escrevo para mim, com o meu coração a bater mais depressa, e partilho o que escrevo. E sim, muitos dias escrevo e não sai do papel para o blog - porque seria um registo mais triste, não está como eu quero ou simplesmente porque dessa vez quero guardá-lo para mim. É uma base para experimentar, corrigir, falhar e recomeçar. Para juntar palavras e estruturar conceitos, pensar mais profundamente e encontrar argumentos. Ter este blog faz-me bem. Canalizo o que sinto para palavras, organizadas num pensamento ou numa vivência. Ajuda-me a exteriorizar o que o meu coração quer dizer e passa o monólogo para um momento de p

A vida sabe o que faz

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Fevereiro foi um mês de pausa. De reflexão, de reajuste. De tentar fintar as surpresas da vida. Foi um mês de procurar aceitar. Não porque 'tem de ser', mas porque 'se foi assim é porque é melhor' - e o melhor há-de vir. Foi um mês de ausência, de poucas palavras, sem energia para escrever [e que falta me fez!]. Pausas, forçadas ou não, que cada vez mais sinto necessidade de fazer. De me desligar de rotinas, de hábitos. De me recolher, não para ficar isolada, mas para me focar em mim, pensar no que realmente é importante. Para 'destralhar' as energias negativas e 'desamigar' velhos problemas. Parar para definir rotas, ajustar prioridades. 'A vida sabe o que faz' é uma frase que ecoa na minha cabeça. Mesmo que esteja triste, frustrada, magoada ou ressentida. Sei que a minha história, o caminho que percorri até ao presente fazem de mim aquilo que sou hoje. Sei que os que estão a meu lado, que me arrancam sorrisos, que me empurram e me puxam,