Viajar com adolescentes ✈ Destino Paris


Paris is always a good idea - como referido aqui - e a Cidade Luz foi o nosso destino de mais uma aventura a três - mãe e dois filhos adolescentes, de 17 e 14 anos.
Como prometido, descrevo em seguida o roteiro da viagem de cinco dias a Paris e algumas dicas (sempre úteis) para melhor preparar e usufruir este destino.

Dia 1
Este dia foi essencialmente a viagem de avião, que por um feliz acaso foi cancelada - e acabámos por fazer o voo mais cedo do que o previsto, o que deu para aproveitar mais um par de horas em Paris que não estavam previstas. Yupi!
Partimos de Lisboa e, pela primeira vez, levei o carro até ao aeroporto e deixei-o no P5 da ANA. Achei espetacular! Reservei online e paguei antecipadamente 25€ (5€ por dia), o que ao invés dos dois táxis para fora de Lisboa que iria ter de pagar (cerca de 30€ cada) me pareceu bem interessante. São oito minutos a pé até à zona das partidas do aeroporto, por isso fica a dica!
Viagem de avião pela TAP sem sobressaltos e chegada ao aeroporto de Orly também. Como estava no nosso roteiro, apanhamos o Orly Bus no terminal W. Os bilhetes compram-se nos quiosques eletrónicos e cada bilhete (até Denfert-Rocherau) custa 8,30€. O autocarro demorou cinco minutos a chegar e em meia hora estavamos no destino. Rápido, confortável e, na minha opinião, muito em conta.
Denfert-Rocherau é a zona onde se encontra a entrada das Catacumbas de Paris (que ainda ponderámos visitar), mas optámos por ir diretamente ao coração da cidade - até porque não estava a chover - e apanhamos o metro nesse mesmo local para conhecer o ex-libris desta cidade: a Torre Eiffel.
Na estação de metro é possível comprar bilhetes, nos quiosques eletrónicos ou no guichet. Optámos por um conjunto de dez viagens ou dez t-ticket, com um custo de 14,90€, que permitem andar em todos os transportes públicos (autocarro, metro, elétrico e funicular) de toda a zona 1 da cidade.
Como do ponto onde nos encontrávamos há uma linha de metro direta para o destino que pretendíamos, esta estreia na cidade luz foi logo arrebatadora. Ali estava ela: a torre mais famosa de todos os tempos, surgindo do meio dos edifícios que a rodeiam, com um fervilhar de vida à sua volta. Imponente, sólida. Magnífica. De cortar a respiração.
Como não tínha conseguido comprar bilhetes com antecedência, pois esgotam com facilidade, ainda tentámos visitar a partir da base, mas em todo o perímetro da Torre Eiffel existe uma espécie de barreira de vidro que funciona como entrada e que não permite o acesso a essa zona. Ingenuidade, talvez. Mas fica a dica (e a nota mental para a próxima visita a Paris - sim vai existir uma próxima!): a prioridade é garantir bilhetes para subir à Torre Eiffel.
Passeamos junto ao rio Sena, desfrutamos com serenidade dos primeiros momentos desta aventura, tirámos as fotos da praxe (muitas!) e depois rumámos ao hotel, pois o plano era fazer algumas compras no supermercado perto do hotel e depois descansar, pois o dia seguinte ia ser longo.
Habitualmente privilegio três aspetos na selecção do sítio onde vamos ficar: ter quartos triplos - essencial! - a localização e o preço. Como tudo foi programado com cerca de dois meses de antecedência, optei pelo Hotel Kyriad Paris Bercy Village, um hotel muito cómodo, numa zona calma e residencial, perto da estação do metro Cour Saint-Émilion (cinco minutos a pé do hotel e na linha 14, que nos levou à Gare Lyon e Pyramids, muito úteis nos dias seguintes), perto do pitoresco centro comercial Bercy Village (com restauração e algumas lojas locais, como a Fnac) e com um supermercado Franprix mesmo ao lado. Para além de todos estes pontos positivos, fiz a reserva através da Roomdi e consegui um preço muito em conta. Ah, e o mais importante para os adolescentes em viagem: ter free wi-fi! Mais uma dica para quem estiver na mesma onda que nós.


Dia 2
Este dia foi dedicada à Disney, por isso os bilhetes foram comprados antecipadamente no site Isango, com um preço especial - cerca de 15€ a menos em cada um. Optámos pela visita de um dia incluindo os dois parques e por isso bastou levá-los impressos e passar nos torniquetes de entrada (é também a forma de alternar entre os dois parques).
A viagem foi feita de metro até à Gare Lyon, onde apanhamos o comboio RER A, com destino a Marne-le-Vallé-Chessy. Está tudo assinalado na estação e os bilhetes compram-se nos quiosques eletrónicos (cada um 7,60€). Uma viagem de cerca de 45 minutos direta à entrada da Disney.
Apontámos para chegar às 10h, hora de abertura dos parques, e assim foi!
Três dicas essenciais para esta visita: 1. Tentar ter uma ideia do roteiro que se quer fazer [não vai haver tempo para fazer tudo]. No nosso caso, os miúdos já tinham uma ideia e fomos saltando de diversão em diversão, sempre com cerca de 30 minutos de espera, mas que se passam bem. 2. Levar água e comida para ir fazendo pequenos lanches nas filas de espera, pois apesar de tudo estar pensado para entreter quem espera, há que rentabilizar este tempo. 3. Ver que atrações estão fechadas [como fomos numa época baixa já tinha essa informação, que vi no site da Disney] e quais os horários dos espetáculos em cada parque.
Foi muito mais divertido do que imaginava. Relembramos algumas das atrações que tínhamos feito há 10 anos e descobrimos algumas novas. Os nossos preferidos: Buzz Lightyear Laser Blast, Star Tours, Peter's Pan Flight, o Castelo da Bela e do Monstro, Indiana Jones e o Templo Perdido, Disney Studio 1, Art of Disney Animation, Stitch Live!, Fuente del Oro e o exclusivo desta visita: a Temporada da Força, inspirada no universo Star Wars. Os meet&greet com as as estrelas dos filmes Disney e a parada nas ruas do parque são espectaculares. Não perdemos muito tempo nas lojas - com coisas de perder a cabeça! - e apenas compramos uma recordação à escola de cada miúdo. Bem merecida!
O regresso foi feito após o espetáculo Disney Illuminations, que celebra os 25 anos da Disney Paris, pelas 20h30 (horário de encerramento). Vale a pena esperar para ver! É mesmo fabuloso. Para mim o melhor foi ouvir crianças de várias nacionalidades a cantar os grandes êxitos musicais da Disney, num espetáculo de luz, som e fogo de artifício, em várias línguas! Desde o Rei Leão ao Frozen. Inesquecível!



Dia 3
Para o terceiro dia reservámos alguns pontos de interesse mais distantes daquele que é considerado o centro da cidade (zona próxima do Louvre e do Jardim das Tulherias). Queríamos tempo para desfrutar e ter uma visão mais geral da cidade - funcionando simultaneamente com uma ajuda extra para o cansaço do dia anterior e condicionados pela lesão da miúda - optámos por um tour de autocarro.
Os bilhetes já tinham sido comprados antecipadamente no Open Tour Paris (33€ por adulto e 17€ por criança, até aos 15 anos) que, com o sistema de entrar e sair do autocarro durante um dia inteiro, permitia chegar aos pontos definidos: Montmarte - Basílica de Sacré-Cour e depois Catedral de Notre Dame - Quartier Latin. (neste dia optámos por locais de acesso gratuito, apenas com tempo de espera, de cerca de 1h, para visitar a Basílica de Sacré-Cour e a Catedral de Notre Dame.
Os autocarros têm audio em português e foi uma boa opção para ver diferentes recantos da cidade, que teriam sido impossíveis de conhecer num passeio a pé ou de metro. Foi a primeira vez que o fizemos, mas neste caso foi a melhor solução, até porque com adolescentes temos de ter truques para ir gerindo a energia e o interesse 😉.
Aproveitamos percursos das três linhas disponíveis. O ponto de partida foi o Museu do Louvre (linha azul), seguindo em direção ao Museu de Orsay, Praça da Concórdia, Champs-Elysées, Trocadero, Torre Eiffel, Invalides, Madeleine. Trocamos de linha em Auber (para a linha vermelha), que nos levou a Montmarte, via Moulin Rouge. Mais tarde (linha branca), ainda aproveitamos para passar pelo Panteão, as Catacumbas de Paris, Montparnasse, Invalides, Ópera, Comédie Française e finalmente o Museu do Louvre (novamente na linha azul).
Para quem goste de locais ainda pouco divulgados turisticamente, sugiro no Quartier Latin a livraria Shakespeare & Co. Uma pequena livraria em que cada sala está organizada como um capítulo de um livro, em que clássicos de todo o mundo convivem nas prateleiras. Como bookaholic assumida, adorei!
Um pouco antes do pôr do sol, visitamos o Centro Charles Pompidou. Algum tempo de espera à entrada - essencialmente por medidas de segurança -, com os bilhetes comprados antecipadamente (14€, pois menores de 18 anos não pagam), e seduzidos pela promessa de uma vista sobre Paris, rumámos ao piso 6  do edifício. Uau! A noite chegou enquanto percorríamos os diferentes pisos, com exposição de arte moderna, arrojada, super criativa e inovadora.


Dia 4
A primeira paragem foi o Museu do Louvre. No momento da compra dos bilhetes tem de se escolher o horário de entrada e optei pelas 9:30 para aproveitar bem o dia. E assim foi. A entrada foi bastante célere - com as habituais medidas de segurança - e a nossa opção foi de começar a visita pelo piso superior. Tínhamos o museu só para nós! E que museu! Mesmo quem não é especialista em Belas Artes percebe que está perante uma das melhores coleções de arte de todo o mundo. Tudo é grandioso, perfeito, completo, diversificado, bem organizado e cuidado. Salas e salas em que apetece ficar a ver todos os detalhes de cada obra de arte. A  famosa Gioconda ou Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, as estátuas Vénus de Milo e Vitória de Samotrácia, mas muito muito mais. Sarcófragos do Egito, arte grega, romana, etrusca e islâmica. Objetos e peças decorativas, em cerâmica, madeira, vidro. Pinturas, estátuas, tapetes. Quadros com momentos da História da humanidade ou simplesmente com o retrato das diferentes realidades ao longo do tempo. Peças de quase todas as culturas, ao longo do tempo. As três horas entre salas, corredores e escadas - só o edifício em si é uma obra de arte! - foram insuficientes para apreciar todo o espólio deste museu.
Este dia foi para conhecer a cidade a pé. Partindo das Pirâmides junto ao Museu do Louvre, seguimos em direção ao  Jardim das Tulherias, passando pelo Arco do Triunfo do Carrossel do Louvre, até à Praça da Concórdia. Tal qual um parisiense, fizemos uma pausa nas cadeiras à volta do lago no jardim e desfrutámos do sol que apareceu. Oh, la la!
Com vista para o Obelisco de Luxor e para a roda gigante da Praça da Concórdia, provámos os tradicionais macarrons de todas as cores e sabores. Uma delícia!
Seguimos pela avenida dos Champs-Elysées, até ao Petit Palais e ao Grand Palais, onde descobrimos a lindíssima ponte Alexandre III. Descemos até junto do rio Sena, bem por baixo da ponte, onde a corrente estava bem forte. Voltando à superfície, apreciamos bem todo o cenário: a ponte, o rio, a outra margem. Uma cidade deslumbrante!
Voltámos à grande avenida, em direção ao Arco do Triunfo, onde ficam as lojas das grandes marcas de luxo mundiais e o Lido, a antiga sala de espetáculo parisiense.
E eis que nos aproximamos do Arco do Triunfo. Um monumento em pedra, todo esculpido, e que é um digno um marco da história francesa. Parte integrante da organização desta zona da cidade. Imponente, sólido, bem cuidado.
Seguimos o nosso trajeto pedonal, através da uma das doze avenidas que partem do Arco do Triunfo (avenida Kléber), até ao jardim do Trocadero, onde estava prometida mais uma arrebatadora vista de Paris, com a Torre Eiffel em grande destaque. E foi ainda melhor do que contávamos! A vista era soberba, mas a escadaria e o jardim estava cheio de vida, animação de rua, malabaristas, músicos e dançarinos. Foi super divertido!
Depois de experimentar mais uma gulodice parisiense - um gaufre au chocolat - atravessámos a Ponte de Iena, caminhámos junto ao rio Sena até à Ponte de Alma. Só depois seguimos para a nossa próxima etapa: a Torre Eiffel e o jardim do Champs de Mars. O timing foi perfeito: exatamente quando a Torre Eiffel se iluminou. Um momento mágico!
Depois de nos despedirmos da Torre Eiffel, caminhámos até ao topo do jardim e junto à Escola Militar de Paris apanhamos o metro até ao nosso destino para jantar: o Hard Rock Cafe Paris. É já uma tradição, até porque o miúdo anda a coleccionar t-shirts de cada cidade e tem um princípio de que apenas usa dos restaurantes que visitou. Uma bela recordação de cada visita!


Dia 5
Adieu Paris! Neste último dia foi a altura para um pequeno almoço com os típicos croissants e baggettes francesas.
Tínhamos algum tempo livre até seguirmos para o aeroporto de Orly, pelo que a opção foi ir até à Rua Rivoli comprar algumas lembranças.
O regresso a Lisboa foi já durante a tarde, numa viagem na TAP sem sobressaltos.

Cinco dias vividos com intensidade, mas que merece uma segunda, terceira e outras visitas a Paris. Ficou muito por ver e por explorar.
"Viajar é criar memórias felizes". Este é o meu lema e o que quero transmitir aos meus filhos. Esta foi mais uma viagem, que de certeza vai ficar na nossa história em comum ❤.

Comentários

  1. Sem dúvida que ir a Paris é o sonho de qualquer um! Sou sortuda por já ter ido tantas vezes!
    Parabéns pelo roteiro, está incrível!

    diariodamiudadoscaracois.com :)

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Portas de segurança

Viajar com adolescentes ✈ Destino Barcelona

Do desamor ao amor-próprio

Viajar com adolescentes ✈ Destino Amesterdão