Viajar com adolescentes ✈ Destino Amesterdão


A escolha de Amesterdão para mais uma viagem a três - mãe e dois filhos adolescentes - foi sem dúvida acertada e lá fomos conchecer a cidade das bicicletas e dos canais, mas descobrimos muito mais!
Em seguida ficam algumas dicas práticas e o nosso roteiro de quatro dias nesta cidade, que nos deixou vontade de explorar ainda mais a Holanda.

Dia 1
O nosso voo TAP Lisboa - Amesterdão correu lindamente. As quase 3 horas de viagem permitiram avançar na leitura do 'Diário de Anne Frank', livro que escolhi a pensar nesta viagem.
Chegamos ao final da manhã ao aeroporto de Schipitol, onde apanhamos o comboio até à Centraal Station - nem é preciso sair do edifício deste mega aeroporto. Os bilhetes de comboio compram-se nas máquinas automáticas (cada bilhete classe 2 custou 4,20€) e a viagem demora certa de 30 minutos. Nesta viagem começamos a ver as primeiras diferenças nos edifícios junto à linha do comboio: grandes janelas, sem cortinados. A ideia é deixar entrar o sol e aquecer as casas, que em algumas épocas do ano deve ser complicado.
Ibis Amsterdam Centre foi o hotel em que ficamos e o motivo da escolha foi a localização - mesmo ao lado da Centraal Station, o que nos permitiu não perder muito tempo na chegada e na partida de/para o aeroporto -, isto para além de ter quartos triplos e de ser da gama económica.
Depois de fazermos o check-in, tínhamos a tarde livre e aproveitámos para uma primeira visita de reconhecimento pela cidade. Como é uma cidade eminentemente plana, caminhamos pela Damkar - um longa avenida que cruza a zona central de Amesterdão, com uma enorme variedade de lojas e restaurantes - até à Dam - uma praça onde ficam o Palácio Real de Amesterdão e o Monumento Nacional, ex-libris da cidade.
Ainda com a luz do dia, passámos pela Red Light District, pois apesar de estar com dois adolescentes achei que valia a pena conhecer. Presumo que o ambiente à noite seja um pouco mais "adulto", mas o que vimos deu para entender a especificidade desta "atração turística" e perceber um pouco mais sobre a sociedade holandesa.
Para o final deste dia, guardámos um local que não aparece muito nos guias turísticos e que se revelou uma excelente surpresa: a OBA, Biblioteca Pública de Amesterdão. Fica situada junto à Centraal Station (do lado oposto ao nosso hotel) e, para além de ser um edifício totalmente envidraçado, deixando entrar luz natural para o interior, a sua arquitetura moderna funde-se com toda a área circundante - está rodeado de água, com um vista privilegiada, de um lado para o centro da cidade e de outro para a zona norte de Amesterdão. O acesso à biblioteca é livre, com diferentes pisos e zonas de leitura, e no último andar tem um restaurante, com um buffet holandês bem variado e uma varanda exterior, onde acabamos por jantar. Tivemos ainda uma fantástica surpresa na zona da saída da biblioteca: um pequeno concerto de piano, com uma das nossas músicas preferidas. Vai ficar para sempre na nossa memória!


Dia 2
Este dia tinha como primeiro destino a Casa de Anne Frank, no bairro Jordaan. Um caminho a pé de cerca de 20 minutos desde o hotel. Como chegamos antes do horário da entrada (são em intervalos de 15 minutos), aproveitamos para conhecer este bairro lindíssimo e muito bem cuidado. Ainda tivemos tempo para uma visita rápida ao Museu das Tulipas de Amesterdão, que fica mesmo em frente.
A visita à Casa de Anne Frank vale toda a viagem a Amesterdão. É uma aula da História mundial. Sente-se o silêncio, a privação, a dor, a humilhação, a coragem e a união entre as pessoas que ali habitaram. Toda a exposição está bem cuidada e é uma excelente homenagem a esta criança e a todos os que sofreram. Apesar do percurso da visita ser por espaços esconsos e apertados, passando por diversos pisos (tão característico das casas mais antigas de Amesterdão, que eram construídas em altura pois o valor da área de construção era muito elevado), deve ser usufruída com tempo e observação atenta - como espreitar para o sótão através do acesso das escadas, onde foi colocado um espelho que permite ver como era essa zona da casa, onde o acesso não é permitido. No final da visita assistimos a um vídeo, com testemunhos de quem conheceu a Anne Frank e alguns visitantes da Casa, que é muito marcante e que nos deixa a pensar no que se passou naquela altura e como as pessoas sofreram.
Como esgotam rapidamente e por vezes não há possibilidade de fazer a visita sem reserva, os bilhetes foram comprados no site com 3 meses de antecedência, com valores entre os 9€ (adulto) e os 4,50€ (crianças dos 10-17 anos). A visita tem uma duração média de 1 hora e meia.
Ainda durante a manhã passeamos um pouco mais pelo bairro Jordaan e tivemos tempo para experimentar a tarte de maçã do Winkel 43. É deliciosa!
Ganhámos energia para o que tínhamos programado para a tarde: a visita ao Rijksmuseum e ao Museu Van Gogh. E claro, a paragem obrigatória no símbolo do IAmsterdam para as fotos da praxe. Esta zona tem vários jardins e bem próximo ficam também o Museu Stedelijk e a Sala de Concertos Concertgebouw, e por isso esta zona é denominada de Museuplein - Praça dos Museus.
O Museu Van Gogh foi o nosso eleito para visitar e, infelizmente, dada a hora tardia para a qual tínhamos os bilhetes muito ficou por ver... . Mas permitiu que nos apaixonássemos por este génio, pela história da sua vida, pelo seu talento, criatividade, pela sua obra e pelo seu legado. A exposição do museu está muito completa, bem organizada e detalhada, e seguimos a visita com o auxílio de um audio-guia, disponível em português.
A nossa visita durou 1h30m, porque o Museu encerrou às 19h e os nossos bilhetes apenas nos permitiam entrar às 17h30 [por um lado isto de comprar os bilhetes com antecedência é ótimo pois garante a visita e ajuda a planear o dia, mas quando há restrições de entrada apenas para o intervalo de tempo definido, temos destas surpresas]. Mas acredito que a visita poderá demorar até 3 horas. Comprei bilhetes antecipadamente, apenas os maiores de 18 anos pagam (18€), mas é preciso indicar quantos menores vão realizar a visita (os audio-guia estão incluídos, para maiores de 13 anos). Não é permitido tirar fotos.
Para terminar o dia em grande, como é tradição, um jantar no Hard Rock Cafe Amsterdam, com vista para um dos principais canais da cidade e compra de mais uma t-shirt para a coleção dos adolescentes.


Dia 3
Apesar de estarmos a fazer uma viagem no Verão, havia previsão de chuva durante a manhã (e concretizou-se...), o que fez com que tivéssemos de alterar os nossos planos.
Era dia de usufruir do Rock The City - um bilhete que combina uma visita ao A'DAM Lookout, uma visita à Heineken Experience e um passeio de barco pelos canais de Amesterdão (entre as duas atrações). É mais económico do que comprar as três experiências em separado (em 2017 custou cada um 25€, mas agora já são 30€), sendo que têm de ser utilizados todos no mesmo dia.
Sendo assim optámos por começar pela visita à Heineken Experience (por ser no interior), mas como ainda tínhamos algum tempo , no meio dos aguaceiros, visitámos o Vondelpark - um enorme e super bem cuidado jardim - e depois o Albert Cuyp Market - um mercado ao ar livre onde se encontram algumas das iguarias holandesas, lado a lado com souvenirs, roupa, cabeleiras postiças e um pouco de tudo.
A Heineken Experience é, como o nome indica, uma imersão no universo desta cerveja: a sua origem, a produção, a marca. E claro, a prova (reservada apenas aos adultos). Como tem a ver com a minha área profissional, gostei imenso. Estava bem organizada, com muitos detalhes, e áreas de diversão interativas e digitais. O final da visita é feito num rooftop, com uma vista fantástica sobre a cidade (e a chuva já tinha terminado!). A visita dura em média 2 horas.
Mesmo em frente ao edifício da Heineken Experience está o cais de onde parte o barco para o passeio nos canais de Amesterdão, com uma duração de 45 minutos. É sem dúvida obrigatório realizar em Amesterdão, pois faz parte do espírito desta cidade. É bem giro!
Eis-nos chegados à torre A'DAM Lookout: situado na zona norte de Amesterdão [Amsterdam Noord] - apenas acessível por barco -, este moderno e arrojado edifício envidraçado tem a melhor vista sobre a cidade, para além de uma exposição interativa, um bar muito agradável e um terraço deslumbrante. É de cortar a respiração!
Para além de tudo isto, tem ainda uma surpresa para os mais corajosos: o baloiço mais alto de toda a Europa! O bilhete é comprado no local (custa 5€ por pessoa).
Assistimos no bar do A'DAM Lookout e depois viemos de barco (trajeto de 10 minutos) até à Centraal Station e aproveitamos para jantar na zona comercial da estação. Ah esqueci-me de dizer que do nosso quarto de hotel víamos esta torre, que à noite se ilumina e projeta feixes de luz no céu.


Dia 4
Dia de regresso com algumas horas da manhã livres e sem nada programado (também sabe bem!). Voltámos a passear a pé pelas lojas do bairro Jordaan e da Damrak, para compras de lembranças e presentes de última hora.
Depois bastou levantar as malas no hotel, apanhar o comboio na Centraal Station e seguir para o aeroporto. Dag Amsterdam!

Muito ficou por ver e gostávamos de ter tido mais tempo para ficar. Esta cidade, que muitas vezes é visitada pela sua "liberdade", tem inúmeros pontos de interesse que superam essa visão mais superficial. Tem museus, jardins, canais, prédios, casas-barco, mercados, flores, gastronomia e, claro, bicicletas 🚲 🚲 🚲.


Não sei andar de bicicleta 🚲
[a recomendação do meu filho é que este roteiro da nossa viagem tenha como banda sonora 'Amesterdam', dos Imagine Dragons - a sua preferida]

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