Portas de segurança


Nunca gostei muito das portas da minha casa.
'Quando tiver dinheiro, vou trocá-las', dizia. O tempo foi passando e nunca a prioridade foi para comprar portas novas.
Hoje, olho para estas portas e vejo nelas segurança.

São a barreira entre sair e ficar em casa. Voluntariamente e com responsabilidade. Talvez ainda maior do que aquela que nos foi imposta.
São o que fisicamente nos separa do exterior, de poder estar com os nossos, poder fazer a vida que queremos.

Vivemos num momento em que as portas ganharam outro significado.
Queremos mantê-las abertas, porque nos dão mais liberdade, mais espaço. E, simultaneamente, fechadas para fazer a diferença, cortar a corrente.
Esperar que não haja nenhuma situação de força maior que nos leve a ter de as abrir, para ter de ir ao encontro de outros que precisam mesmo de as manter fechadas e que não podem por em risco a sua proteção.
Agradecer a quem tem de abrir as portas - e deixar os seus - para ter de socorrer os outros, de continuar a manter serviços imprescindíveis e a dar vida à economia.

Entre portas cuidamos da nossa saúde mental, com a serenidade necessária, com novas rotinas - de trabalho, de estudo, de entretenimento, de lazer.
Esperando por dias melhores em que nos poderemos abraçar, olhar nos olhos. Sem receio, sem medo. Com segurança.

Não sei andar de bicicleta 🚲
[foto Jon Tyson, Unsplash]

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