Nunca gostei muito das portas da minha casa. 'Quando tiver dinheiro, vou trocá-las', dizia. O tempo foi passando e nunca a prioridade foi para comprar portas novas. Hoje, olho para estas portas e vejo nelas segurança. São a barreira entre sair e ficar em casa. Voluntariamente e com responsabilidade. Talvez ainda maior do que aquela que nos foi imposta. São o que fisicamente nos separa do exterior, de poder estar com os nossos, poder fazer a vida que queremos. Vivemos num momento em que as portas ganharam outro significado. Queremos mantê-las abertas, porque nos dão mais liberdade, mais espaço. E, simultaneamente, fechadas para fazer a diferença, cortar a corrente. Esperar que não haja nenhuma situação de força maior que nos leve a ter de as abrir, para ter de ir ao encontro de outros que precisam mesmo de as manter fechadas e que não podem por em risco a sua proteção. Agradecer a quem tem de abrir as portas - e deixar os seus - para ter de socorrer os outros, de co...
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