A incessante procura da solução


Há uma coisa que me mexe com as entranhas. Tira-me mesmo do sério.
Se calhar todos acham banal, mas não sei se foi por não fazer parte da minha vida e não ter a ver com a minha personalidade, que me é difícil lidar com isto.

"A culpa não é minha"
"De quem é a culpa?"
"A culpa é dele"
"Vamos ver quem é o culpado"

Para mim qualquer destas situações parece-me que faz parte de um thriller, em que toda a ação da história está concentrada em encontrar o culpado. Parece aquele jogo da batata quente, que passa de mão em mão, até encontrar o "elo mais fraco." Passa a ser uma obsessão, uma tarefa que se tem de cumprir, rápida e implacavelmente.

É sempre o caminho mais fácil e o primeiro passo quando alguma coisa corre mal. "De quem a culpa?" ouvem os miúdos desde infantário. Na adolescência em casa "a culpa não é minha" é muitas vezes o princípio de uma longa conversa. Depois vão crescendo com este "peso em cima", até que chegam à idade adulta e nos seus empregos mantém esse discurso, procurando sempre um culpado quando alguma coisa correr mal.

Não falo em assumir as responsabilidades, quando algo foge do controlo. Caso raro nos dias que correm. Todos podemos errar, falhar, cometer um ato menos positivo, mas sou da opinião que a carga negativa que tudo isto atrai deveria estar na resolução da questão e não na fonte de qualquer situação. É importante apurar o que se passou, mas numa perspetiva positiva, de progressão e de superação.

É um desafio constante, por ser tão banal que há quem não se aperceba. Sempre foi assim. É uma batalha que se vai conquistando, desconstruindo as situações e demonstrando que o empenho em identificar a solução é melhor que encontrar o culpado.


Não sei andar de bicicleta 🚲




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