Amigos desde sempre e para sempre



Os meus filhos já me ouviram dizer vezes sem conta: "Os irmãos são os nossos amigos eternos. Os que vão sempre gostar de nós, toda a vida".

Este discurso entra naquela parte em que os dois disputam a atenção e querem fazer valer a sua opinião, acabando sempre um de cada lado da barricada. Quando eram mais novos fazia parte do discurso de tréguas, na altura em que a disputa terminava com um "odeio-te!" ou "não quero mais ser teu irmão!". Mas o seu alcance vai muito para além de serem palavras bonitas.

Tenho dúvidas se este amor entre irmãos surge logo no momento do nascimento. O mais velho vê o seu estatuto de Príncipe-da-casa ameaçado e a mais nova tem de conquistar os seu território de Princesa-da-casa. Pode haver exceções, mas na maioria dos casos acho que é natural que assim seja. Há obviamente afeto, carinho, mas como em qualquer relação, a semente está lá e tem de ser cuidada.

A altura em que vi este vínculo ficar mais forte foi no momento da separação dos pais. Em plena fase de adolescência, com 15 e 11 anos, na construção da sua personalidade e da relação com os outros, o facto de estarem juntos a viver toda esta mudança foi seguramente importante para que tudo corresse sem grandes sobressaltos. Agora vejo-os mais unidos, mais cúmplices. Conversam sobre tudo, riem das mesmas coisas.

Sei que os meus filhos pertencem a uma geração que vive num ambiente em que os laços entre as pessoas são efémeros, com reduzido valor, descartáveis até. Por isso um irmão tem de ser aquele amigo eterno, no qual confiamos os nossos segredos e com o qual queremos partilhar todas as alegrias da nossa vida. Para toda a vida.


Não sei andar de bicicleta 🚲

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