Dar asas e deixá-los voar



O meu filho está no 12º ano. É da área de ciências e desde muito cedo eram essas as matérias que mais gostava. Lembro-me que com cinco ou seis anos passava horas a folhear uma mini enciclopédia ilustrada, que levava para todo o lado e sabia de cor.

O seu percurso escolar é muito regular e pode dizer-se que é um bom aluno. Teve o privilégio de ter feito o pré-escolar e o 1º ciclo numa escola privada, mas todo o 2º e 3º ciclo e o secundário foram feitos num escola pública. Quando fez essa mudança, sentiu de imediato que o estímulo era diferente, pelo que sempre tive a preocupação de ir abrindo espaço para que conhecesse outras realidades e explorasse o que mais gostava, com idas a museus, exposições, workshops, atividades de férias, passeios. E aos poucos, os seus interesses foram ficando cada vez mais fixos naquela que é a sua área de eleição.

Aprendeu a gostar de estudar e a ser ambicioso na sua carreira académica. Sem lhe ter sido imposto nada, decidiu que vai para a universidade e tem uma enorme segurança nas suas escolhas. Ainda equacionou o curso de Ciências Forenses no início do secundário, no princípio deste ano ainda pensou em Medicina, mas agora que caminhamos para a fase derradeira as opções são Bioquímica ou Biologia Celular e Molecular, com um pé na Neurociência.

Este ano está a ser complicado e, com o aproximar da fase de exames e dos testes do 3º período, anda mais nervoso e ansioso. Todo o tempo que tem é para estudar - apesar de ter um sistema de estudo que me mexe com os nervos: estuda 40 minutos e depois faz um intervalo de 20... mas que face aos bons resultados, tem os seus efeitos... - e, claro, para ir fazendo as coisas próprias da idade: jantar e sair com os amigos, ir aos treinos de volei, ver os seus vídeos na net, participar nos seus torneios de jogos online e, sempre que consegue, ver mais um episódio do "Dr House".

E por muito que eu o queira ajudar de alguma forma, parece que chegou à fase do "tudo-ou-nada". É como os atletas que treinam toda uma época, qualificam-se para os nacionais e depois é ali que têm de dar tudo, e que se decide quem leva a taça. Porque neste caso, apenas a taça é o prémio justo para o esforço e a dedicação de tantos anos.

Como mãe é com orgulho que vejo como cresceu e como soube fazer bom uso das asas que conquistou. Tenho a certeza que vai voar para o destino que escolheu. E eu sempre estarei aqui para o encorajar a ir mais longe e a sonhar mais alto.


Não sei andar de bicicleta 🚲

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