Big Girls Do Cry


Chorar. Este é um verbo que conjugo muitas vezes e que me habituei a assumir como parte de mim.
Sou de lágrima fácil, de emoções à flor da pele. Quando ouço uma música, vejo uma foto, assisto à cena num filme ou leio um livro. Tristeza, dor, saudade, melancolia, mas também de alegria, de comoção, de orgulho, ou apenas porque sim.
E se tempos houve em que as continha, com a maturidade deixou de acontecer.

Choro muitas vezes. Já chorei dias inteiros, à frente de desconhecidos, à escondidas, ao adormecer, sozinha e acompanhada, durante uma viagem de comboio, ao volante do meu carro, a passear na praia. Com um aperto no coração, com um abraço sentido, com uma gargalhada rasgada. Perdida nos meus pensamentos, quando tenho de tomar uma decisão, quando recordo quem já não está cá e quando olho para os meus filhos.

Chorar é libertar as palavras que tenho dentro de mim e é silêncio. Para mim é uma pausa. É libertar o medo e a ansiedade. É ser grata e abrir os braços para receber o que a vida nos dá. Um gole de esperança. É asfixiar e respirar fundo. Mergulhar e regressar à superfície. É o beijinho no dói-dói, que faz passar qualquer dor.  É o prémio de uma conquista, de uma memória que guardo em mim.

Chorar lava a alma. Organiza as emoções, arruma as ideias. Faz com que a bonança venha depois da tempestade, que o mar acalme depois da sétima onda.
O olhar marejado. O sabor salgado. O rosto molhado.
A paz que me traz, a serenidade que me dá.


Não sei andar de bicicleta 🚲

[foto Aleksandr Ledogorov, Unsplash]

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