Laços e memórias para sempre


Não tive a sorte de crescer com os meus avós. O facto de viverem a 200 kms de distância não ajudou. Os meus pais, em especial quando era mais pequena, teimavam em ir, pela Nacional 1, fim de semana sim, fim de semana não até Coimbra, para que os laços não se perdessem.
Nas férias de Verão era "religioso" passarmos grandes temporadas com o avós e no Natal e Páscoa havia sempre tempo para visitas. Adorava todos os rituais: casas grandes com espaço para correr, com imensos primos com quem podíamos brincar, cozinhas sempre cheias e numa azáfama para ter tudo perfeito para nos receber.
Quando hoje tanto se diz o quão imprescindíveis são os avós, acho que para os meus pais foi difícil não ter esse apoio. Infelizmente, acho que contribuiu para que, à medida que íamos crescendo, as viagens se tornarem cada vez mais raras. Não se perdeu a relação, mas o tempo que distanciava o convívio e a participação nas vidas em comum foi ficando cada vez maior.
Depois partiram. Deixaram um vazio. Um lugar por preencher. Ficaram histórias por contar e gestos de carinho por dar. Mas deixaram uma memória muito viva e um amor incondicional.

Os meus filhos têm sorte de ter os seus avós por perto. Não que tenham tido a necessidade de ter uma presença diária desde a sua infância, mas nunca lhes faltaram. Com mimo, com palavras acertadas e braços abertos.
Quero que passem tempo juntos, que falem ao telefone, escrevam mensagens. Que se respeitem, que conversem, que troquem conselhos, que exista carinho e presença mútua nos momentos importantes das suas vidas. Que haja admiração, que haja orgulho, que haja apoio e caminhada em comum. Com sorrisos, gargalhadas. Dias de sol e noites estreladas de conversas soltas. Que criem memórias. Para sempre.


Não sei andar de bicicleta 🚲

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