Não existe a perfeição


Da série: 'coisas que os meus filhos me ensinam'.

A minha filha diz muitas vezes esta frase: 'não existe a perfeição'. Aplica-a a diversos momentos e situações. Usa-a para justificar um momento menos bom, um dia que correu menos bem. Ou quando as suas expectativas são altas, mas afinal não corre como previsto. Ou quando vê que é diferente dos outros, no que sente, no que gosta, na sua relação com os outros, na sua família. Quando fica triste, desanimada, confusa. Funciona como tábua de salvação, como se fosse uma justificação que encontra e que a anima, a faz sorrir outra vez.
Não que se resigne e que deixe de procurar atingir o máximo - ser melhor, fazer bem, ser exigente -, mas é momentaneamente aliviada por afastar a ideia de que a felicidade apenas vem com a perfeição.

Gosto desta forma que ela encontrou de ver a vida. Encantar-se com o percurso para atingir um fim, mesmo que esse não seja o mais desejado (o perfeito). Saber que se esforça para retirar de qualquer momento algo de positivo, que tentar também é gratificante, que também traz felicidade.
Desarma-me quando o diz quando me queixo da minha vida. De as coisas não terem corrido como desejava, quando acho que falhei (com eles e comigo).
Enche-me o coração quando me ensina a aceitar o melhor que cada um de nós tem, dá e recebe.

Porque mesmo que não exista a perfeição, sei que o amor que sentimos uma pela outra esse sim é perfeito e enorme ❤.


Não sei andar de bicicleta 🚲
[foto Holger Link, Unsplash]

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