A ambição é o caminho para a felicidade


Sempre quis que os meus filhos fossem ambiciosos. Não de forma negativa, como um desejo pelo poder ou bens materiais, prejudicando os outros ou tendo ações menos lícitas. Mas nutrir a ambição como uma força que os motive a serem melhores, a tirar o melhor de si próprios. A acreditarem nos seus sonhos e fazer o caminho para os alcançar.

"Jogar por antecipação", "fazer uma melhor preparação para atingir os objetivos", "reunir informação para decidir de forma consciente". Nunca o acesso à informação esteve tão disponível como nos dias de hoje [comparando com a minha geração na idade deles, então estávamos a anos luz...], pelo que me parece quase obrigatório que esta competência seja estimulada sempre que identificar uma oportunidade. Do que observo, na geração um pouco mais velha que a deles - hoje com 20-30 anos - é das designadas soft skills mais relevantes, quer a nível pessoal, quer a nível profissional.

Neste artigo "apocalíptico" de Eduardo Sá - entre outros temas que merecem igualmente uma reflexão por parte dos pais -, é referida a apatia desta geração perante o futuro. E concordo com o seu ponto de vista: é uma geração apenas ligada ao seu umbigo, sem procurar desafios, sem uma perspectiva de futuro - e se o fazem sentem-se desajustados dos seus pares. O futuro é um abismo escuro e inseguro para o qual evitam caminhar - por isso é tão difícil tomar decisões.

E se há muito que na Escola não se trabalha esta competência, têm os pais de ser os orientadores deste caminho - ainda que alguns pais se demitam desta tarefa e acabando por desconhecer ou não conseguir identificar os gostos dos seus filhos, sugerindo programas e atividades que eles não gostam ou não se sentem à vontade a realizar.

Em conversa com uma amiga sobre as escolhas que os adolescentes fazem nesta altura - não apenas áreas de estudo e cursos, mas também outras opções pessoais -, dizíamos que os pais todos querem que os filhos sejam felizes. As duas concordámos, mas acrescentámos que, se pudermos dar um "empurrãozinho" para que o caminho para a felicidade seja feito trabalhando outras competências que são importantes, porque não o havemos de fazer? Não é fazer por eles, nem obrigá-los a fazer o que não querem ou que não faz parte dos seus gostos, ou nem querer saber da sua opinião. É o que podem fazer para aprofundar um tema ou uma atividade pela qual têm interesse.

Entre apatia e ambição, a minha escolha será sempre a segunda opção. Esta é a forma que me permite dar aos meus filhos a oportunidade para poderem explorar o que mais gostam (mesmo que não seja algo definitivo), estimular a confiança em si mesmos, aprenderem a exigir e a elevar as suas expectativas, para que atinjam a tão desejada felicidade.


Não sei andar de bicicleta 🚲
[foto Samuel Zeller, Unsplash]

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