Quando a vida nos coloca em stand by

Há alturas na vida que entramos em modo stand by. Porque a nossa saúde - ou de alguém próximo - nos manda desacelerar, porque o projeto em que estamos a trabalhar já não precisa de nós, porque as relações nos pregaram uma rasteira ou porque desaparece alguém de quem gostamos muito. De um dia para o outro. Não há tempo para reagir, os factos estão consumados e estão diante nós como a nossa nova realidade.

O sinal de pausa coloca-nos numa situação que desconhecemos. Ficamos desnorteados, perdidos. Sem base, sem chão. Procuramos os alicerces mais firmes para nos apoiarmos. O vazio da incerteza, do desconhecido toma conta de nós. Assumimos uma postura de serenidade - ainda que por vezes nos apeteça entrar em histeria -, porque a vida nos ensinou que é a melhor resposta para não impolar o que são os factos que não podemos alterar. Mudamos, então, a nossa atitude perante a adversidade.

Antes não sobrava tempo para nada. E agora temos tempo para tudo. Ou não. É uma ilusão achar que sim. Que podemos controlar o tempo e colocá-lo a nosso favor. A tomada de consciência que o rumo normal da nossa vida foi interrompido, ocupa todo esse tempo. E não vale a pena perder tempo em pensar no porquê, mas sim no que vamos fazer para voltar ao play.

Reprogramar é a resposta. Encontrar a forma como devemos encarar a nova situação, utilizando o período de pausa para reajustar prioridades, procurar soluções - por vezes as menos evidentes ou aquelas que nem sempre são a resposta final e a correta. Focar no que está ao nosso alcance para mudar, no imediato. Agir. Fazer. Tomar uma posição. Escutar o que o nosso coração nos diz, que nós vai guiar. Acreditar. Definir o curso que queremos que a nossa vida tenha. Que nos traga a felicidade que ambicionamos e que dêem novamente luz aos nosso dias. Para nos fazer avançar. Para continuar.


Não sei andar de bicicleta 🚲
[foto Pixabay]