O amor é cego


Estar apaixonado é maravilhoso. Parece que andamos nas nuvens, uns centímetros acima do chão. Há sempre uma banda sonora maravilhosa a tocar, o sol brilha todos os dias, temos tempo para tudo. O nosso coração bate mais depressa, tudo é cor-de-rosa como nos sonhos.

É um estado de felicidade suprema. Em que o amor que sentimos extravasa o nosso próprio ser, que nos faz sentir tudo de forma exacerbada. O todo é muito mais que a soma das partes, destinadas a estar enamoradas e juntas para todo o sempre, como nos romances dos livros e do cinema. Mas será sempre assim o amor?

O amor anula as imperfeições, disfarça o que achamos que 'com o tempo melhora', perdoa o levantar de voz ou o levantar a mão. O amor diz que 'foi só uma vez', faz acreditar que não se repete.
O amor faz achar que controlar o que vestes e onde vais 'faz parte'. O amor faz aceitar que a tua opinião é um mero acessório, que pode ser descartado, que a tua voz não tem valor e que o silêncio é a tua melhor opção.
O amor disfarça a dor da crítica, o desalento da ignorância. O amor tolda a perceção e assume a culpa.

Quantas pessoas vivem um amor assim? Em que os olhos não vêem o que o coração sente? Vivem uma violência que não é apenas física. Uma dor que não é apenas a que se sente no corpo. Têm feridas que não se curam nas urgências. E marcas ficam para sempre.

Um amor cego que tem de encontrar uma forma de colocar como prioridade o amor-próprio, onde a dignidade e a vontade de amar a vida seja o seu foco. Um amor cego, mas não mudo!


Não sei andar de bicicleta 🚲

Comentários

  1. Adorei este post realmente mostra o lado menos bonito de algumas relações. Onde se amava cegamente e não se quer ver o que está à frente dos nossos olhos!

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